Refugiados que fazem história no judô e reforçam que a integração social é o caminho

Refugiados que fazem história no judô e reforçam que a integração social é o caminho

Uma ligação informando que Flávio Canto, judoca, medalhista olímpico em Atenas 2004 e presidente do Instituto Reação, estava à procura deles foi o que iniciou a mudança de vida desses dois refugiados no judô: Popole Misenga e Yolande Mabika.

Fugitivos da guerra civil da República Democrática do Congo, esses atletas passaram por muita dor, perda e sofrimento até finalmente encontrarem paz e acolhimento aqui no Brasil.

Hoje, têm suas trajetórias transformadas graças à garra de cada um e à oportunidade dada pelo esporte.

Conheça um pouco mais sobre a história desses verdadeiros campeões!

Quem são os refugiados no judô do Brasil

Popole Misenga e Yolande Mabika são dois refugiados no judô aqui do nosso país.  Os africanos  foram obrigados a fugir de Bukavu para a capital da República Democrática do Congo por conta da guerra civil que o país vivia, e até hoje vive, infelizmente.

Já atletas do judô em Kinshasa, a convocação para a participação no Mundial de 2013, no Rio de Janeiro, que seria uma grande oportunidade para suas vidas, se tornou um verdadeiro pesadelo.

Abandonados pelo chefe da delegação que, inclusive, levou seus documentos, dinheiro e até quimonos, passaram fome e vários momentos desesperadores na cidade do Rio de Janeiro.

Popole ainda participou da primeira luta com um quimono emprestado, Yolande preferiu não. Mesmo perdendo, o atleta decidiu que continuaria no Brasil.

Em meio a vários percalços, incluindo a barreira causada pelo idioma, os refugiados conseguiram chegar à entidade católica Cáritas por intermédio de um angolano.

Foi então que a trajetória desses atletas começou a mudar.

A participação do Instituto Reação na história dos refugiados no judô

A ligação de Flávio à entidade, pedindo para falar com Popole e Yolande, levou ambos ao Instituto Reação.

Lá encontraram, além de apoio emocional e incentivo, todo o suporte  necessário para se alimentarem, treinarem e se deslocarem de casa para o local dos treinos, o polo Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.

Passaram então a ser treinados pelo sensei Geraldo Bernardes, que precisou mostrar a eles a diferença entre treino e competição.

Acostumados em seu país a serem duramente castigados caso perdessem uma luta, esses refugiados no judô acreditavam que aqui seria igual.

Foi preciso muita dedicação e conversa, não só com eles, mas com os demais alunos do Reação que não queriam mais treinar com Popole e Yolande por medo de se machucarem.

Já mais bem ambientados e participando de treinos mais intensos, os atletas refugiados foram indicados por uma ação de parceria entre COI (Comitê Olímpico Internacional), COB (Comitê Olímpico do Brasil) e Instituto Reação  para fazerem parte do primeiro Time de Refugiados nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Aceitos, continuaram sendo treinados por Geraldo, que se tornou então o primeiro técnico de um time olímpico de refugiados no judô do Brasil.

Popole participou na categoria 90kg e Yolande na 70kg e, ainda que as medalhas não tenham vindo, essa é, com certeza, uma grande história de transformação social, e de vida, pelo esporte.

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